O Centro Histórico de Paraty, um museu a céu aberto

Paradoxalmente, o longo processo de estagnação a que Paraty foi submetida resultou fundamental para manter intacto o casario colonial, no conjunto conhecido como Centro Histórico, e torná-la um dos destinos turísticos mais procurados do Brasil.
Pelas ruas de pedra irregular circulam a pé -a entrada de veículos é proibida- turistas do mundo inteiro, atraídos pela beleza da arquitetura típica do Brasil Colonial. Demoram-se pelas casas históricas, transformadas em pousadas, restaurantes, lojas de artesanato e museus, em meio a músicos populares e a estátuas vivas, homens e mulheres que se cobrem de pó branco, similar ao mármore, e permanecem imóveis por horas.

Tombado como patrimônio histórico, o Centro de Paraty é sem dúvida uma relíquia. A área, no passado, fora doada com o propósito de permitir o desenvolvimento da vila. Assim, engenheiros militares projetaram ruas, praças, igrejas e lotes residenciais que se organizaram em perfeita harmonia. A arquitetura é bem simples, compondo sobrados ao longo de ruelas. O requinte da elite está nas fazendas, onde grandes proprietários residiam em imponentes casarões.
Lampiões movidos a óleo de baleia garantiam a iluminação, ruas de grandes pedras retangulares têm o meio fio beirado por depressões, pelas quais a água da chuva escoa e a água do mar alaga o centro quando a maré sobe, limpando a cidade.
Repleto de construções seculares, o Centro é um lugar onde carros não transitam. Por trás das correntes, encontra-se um verdadeiro museu a céu aberto. Nele, as fotos são permitidas. Você pode tocar em tudo e reviver o passado.
Dentre as construções coloniais, destacam-se:
* Chafariz do Pedreira
* Casa da Cultura – considerada pela UNESCO como a arquitetura mais representativa do século XVIII
*Museu de Arte Sacra – nos fundos da Igreja Santa Rita, exposição de quarta a domingo das 09:00h às 12:00h e das 14:00h às 17:00h
* Sobrados
– Rua Matriz (um dos mais antigos)
– Rua Dr. Pereira (não possuem janelas, antigos depósitos que hoje funcionam como ateliês)
– Príncipe (na Rua Fresca, cercado por palmeiras imperiais, símbolos da realeza)
– Rua dos Bonecos (onde ocorrem apresentações teatrais com bonecos de pano).

* Monumentos religiosos – as igrejas são as grandes atrações. Cada uma se destinava a uma classe social específica. A Igreja Matriz Nossa Senhora dos Remédios era freqüentada por pescadores e trabalhadores brancos; a Igreja Santa Rita, pelos mulatos libertos; a Igreja Nossa Senhora das Dores, pela aristocracia e a Igreja Nossa Senhora dos Rosários e São Benedito, pelos escravos.
* Construções militares, como fortes e canhões, eternizando as batalhas da época em ruínas e edificações que serviram de alojamento, depósito e cadeia. Atualmente, os mais visitados são:
– Forte Defensor Perpétuo, onde se localiza o Centro de Artes e Tradições Populares e a Casa da Pólvora
– Quartel de Patitiba, que abriga a atual Biblioteca e Pinacoteca
– Forte Iticupê, com vista para a baía.